... Julgo que depois destes malabarismos, os currículos das pessoas com funções políticas activas com o propósito de praticar o bem comum de uma nação, devem ser exigidos e publicados em Diário da Republica para qualquer cidadão poder consultar e certificar-se das habilitações de cada politico. Não deve ser uma opção, mas uma condição contemplada numa lei própria para o efeito, pois como sabemos, nenhum trabalhador é admitido numa função numa empresa, sem referências e/ou curriculo académico/profissional. será verdade que o PS está "calado" neste caso da licenciatura de M. Relvas porque o Irmão Maçon António Seguro dos Bancos (da Universidade Lusófona) foi um dos professores envolvido no processo?...

Inside-Job A Verdade da Crise Financeira: Promiscuidade Entre Agências de Ratig e Governos e Crimes Económicos de Wall-Street



Documentário “Inside Job” escancara os podres de Wall Street
Filme revela como os agentes econômicos permitiram que nações quebrassem e gerassem um rombo de US$ 20 trilhões

Inside Job - A verdade da crise de 2008
Pra quem gosta de economia, financas e obviamente de dinheiro, esse é um filme que vcs nao podem deixar de ver.

Inside Job - A verdade da crise, é um filme que desmonta a engenharia do golpe e a supremacia do sistema financeiro perante tudo que nos cerca. O eterno Governo de Wall Street.

O filme conta tudo !! Toda a estutura que foi montada, o que poderia ter sido feito pra evitar e onde estamos atualmente na crise. SENSACIONAL !!!!



Inside Job - A verdade da crise, é um filme documentário que desmonta o modus operandi dos responsáveis pela quebradeira que ocasionou o tsunami da crise financeira de 2008, quando milhares de pessoas perderam seus empregos e suas moradias.

Indicado ao Oscar como melhor documentário e conduzido pelo diretor Charles Ferguson, "Inside Job" (Trabalho Interno) é mais um filme que retrata os lados obscuros de Wall Street. Narrado por Matt Damon, o documentário revela verdades incômodas da pior crise já vista desde 1929.

Baseado numa extensa pesquisa e séries de entrevistas com políticos, economistas e jornalistas, o filme revela as corrosivas relações de governantes, agentes reguladores e a Academia. “Inside Job” expõe também uma teia de mentiras e condutas criminosas que prejudicaram seriamente a vida de milhões de pessoas, principalmente por conta de cobiça, cinismo e mentiras.

“Se você não ficar revoltado ao final do filme, então é porque não prestou atenção”, diz uma das frases promocionais do documentário. A revolta é clara: a principal economia do mundo mergulhou numa forte crise, levando consigo diversas nações.

Os causadores de tudo isso já voltaram a dar “conselhos” para governos e sociedades. Ou seja, permanecem dando as cartas na mesa. Algumas das mais novas vítimas são gregos, irlandeses, espanhóis, portugueses e outros povos europeus que estão sendo “convidados” a “aceitar a ajuda do FMI”. E quem será o próximo?

Do total de entrevistados que participaram do filme, 18 negaram a conceder entrevista para o diretor Charles Ferguso, incluindo Alan Greenspan (ex-presidente do Federal Reserve), Ben Bernanke (atual presidente do Federal Reserve) e Timothy Geithner, atual secretário do Tesouro dos Estados Unidos.




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Documentário: "Assassino Económico": Como Se Destrói um País "Let's Make Money" John Perkins Video



"Assassino económico": como se destrói um país (vídeo)
"Let's make money" é um depoimento perturbador de John Perkins, cidadão americano que se auto-intitula como ex-assassino económico. Perkins explica como se destrói um país... em nome do dinheiro.



(Alemanha, 2008, 108min. - Direção: Erwin Wagenhofer)

Documentário de altíssimo nível, essencial para se entender o mundo em que vivemos pela ótica financeira internacional. Dos mesmos criadores do documentário "We Feed the World".

Apesar de todo o velho discurso feito pelos neoliberais de que a globalização traria benefícios para todos os países ajudando a diminuir a pobreza no 3° Mundo, o que viu-se de fato foi em geral aumento desenfreado da miséria, onde o salário de um indivíduo geralmente mal cobre uma pobre subsistência.

O documentário mostra as chamadas "economias emergentes" por dentro, na visão de grandes investidores, bem como o cotidiano miserável dos homens, mulheres e crianças trabalhadoras nesses países.

Mostra também as idéias do Consenso de Washington, responsável pelas políticas liberais que moldaram nosso mundo econômico atual, assim como os mecanismos de colonização moderna como o FMI e Banco Mundial, perpetuando a injusta dívida dos países mais pobres em troca de suas riquezas. Explica o que são os paraísos fiscais, por onde passa a maioria do capital financeiro para encobrir os donos corruptos.

John Perkins, antigo assassino de economias, que também já apareceu aqui no documentário "The War on Democracy", explica detalhadamente como era o seu ofício de levar as riquezas de países de 3° Mundo, sob a supervisão das instituições internacionais.

Passa ainda pela miséria que aflora nos EUA e pelas raízes da crise econômica espanhola causada pela bolha imobiliária.

"Na privatização, a sociedade é privada de um determinado bem ou serviço público no qual um investidor está interessado por razões de lucro."

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Que Fazer Com Esta Dívida? Éric-Toussaint Conselheiro Internacional do Fórum Social Mundial Conselho Científico Attac France Attac Belgique



Éric Toussaint O Que Fazer Co Esta Dívida? Video I


Éric Toussaint é historiador e politólogo, presidente do Comité para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo, membro do conselho científico da Attac França, da rede científica da Attac Bélgica e do conselho internacional do Fórum Social Mundial. Participou no Comité de Auditoria nomeado pelo Presidente do Equador Rafael Correia e acompanhou a par e passo a experiência de reestruturação desse país.



Éric Toussaint O Que Fazer Com Esta Dívida? II



Éric Toussaint O Que Fazer Com Esta Dívida? III


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Programa da Troika UE BCE FMI Compromete a Economia! Impõe-se Abandonar o Euro e Regresso do Escudo, diz João-Ferreira-do-Amaral



Programa da troika vai colocar economia em maiores dificuldades. Portugal deve abandonar o Euro e regressar ao Escudo.
diz João Ferreira do Amaral



O economista João Ferreira do Amaral afirmou que o programa desenhado pela ''troika'' pode resolver o problema do financiamento público mas irá colocar a economia em maiores dificuldades.

"Este programa da ''troika'' pode resolver o problema de financiamento público nos próximos anos, mas não resolve o problema da economia. O programa da troika porá a economia em maiores dificuldades", considerou hoje o economista do ISEG, numa conferência organizada pelo IDEFF e pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas.

João Ferreira do Amaral defendeu ainda que Portugal terá de abandonar a moeda única e que o deveria fazer de forma organizada, caso contrário será "empurrado" numa situação muito pior do que aquela em que se encontra.

“Fui contra a entrada mas não fui adepto da saída, até que verifiquei que a questão se põe agora em moldes diferentes do que há dois, três anos. A questão é se nós podemos permanecer no euro. Do meu ponto de vista não temos condições para permanecer no euro muito mais tempo”, disse.

O economista considera que Portugal se encontra numa situação de “ausência completa de instrumentos para tentar lidar com a situação” e que apesar de reconhecer que se trataria de um grande choque, considera que a longo prazo seria pior manter-se no euro.

“Não tenho esperança nenhuma em ser ouvido nesta matéria. Acho que vamos deixar apodrecer nesta situação. (…) Iremos ser empurrados da Zona Euro, e provavelmente em muito má situação, uma situação tipo a Argentina”, considera.

Para minimizar esta eventual saída do euro, o economista defende que teria de ser feita uma compensação, através da entrada para o mecanismo de taxas de câmbio II (que controla a variação das taxas de câmbio entre países fora e dentro do euro), com uma ajuda do Banco Central Europeu que impedisse uma grande desvalorização da moeda (eventualmente um novo escudo) e que Portugal pudesse emitir nova moeda para financiar défices, de forma a compensar em parte o aumento das dívidas, também dos particulares e empresas.

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Indigna-te Portugal: BPN O que Esconde Cavaco? Saga Reavivar Memórias: Vida do Presidente da República Video



Caso BPN/SLN: O que esconde Cavaco?


O país vai pagar mais de 5 mil milhões de euros pelo buraco das fraudes cometidas durante anos no Banco Português de Negócios. Nesta campanha, Cavaco Silva não condenou os administradores que afundaram o banco. São os mesmos que deram a ganhar à sua família 357 mil euros no esquema de acções para os amigos da SLN, cinco anos antes do banco ser nacionalizado.



Em campanha em Viana do Castelo, Cavaco Silva foi abordado por uma senhora idosa, que lhe pediu uma reforma, pois trabalhou a vida toda no campo e não tinha reforma. Ao que Cavaco Silva lhe respondeu (meio indignado) que a sua mulher só ganhava 800€..



A propósito da postura do PR silva, gostaria de partilhar para reflexão o seguinte texto de autor desconhecido, recebido por correio electrónico »»»

Reavivar memórias - O nosso Presidente

Quem ouvir Cavaco Silva e não o conhecer bem, ficará a pensar que está perante alguém que nada teve a ver com a situação catastrófica em que se encontra este país.
Quem o ouvir e não o conhecer bem, ficará a pensar que está perante alguém que pode efectivamente ser a solução para um caminho diferente daquele até aqui seguido.
Só que... Este senhor,... ou sofre de amnésia, ou tem como adquirido que nós portugueses temos todos a memória curta, eu diria mesmo, muito curta.
Vejamos, então qual o contributo de Cavaco Silva para que as coisas estejam como estão e não de outra maneira:
Cavaco Silva foi ministro das finanças entre 1980 e 1981 no governo da AD.
Foi primeiro-ministro de Portugal entre 1985 e 1995 (10 anos!!!).
Cavaco Silva foi só a pessoa que mais tempo esteve na liderança do governo neste país desde o 25 de Abril.
É presidente da República desde 2005 até hoje (5 anos)
Por este histórico, logo se depreende que este senhor nada teve a ver com o estado actual do país.
Mas vejamos quais foram as marcas deixadas por Cavaco Silva nestes anos todos de andanças pelo poder:
Cavaco Silva enquanto primeiro-ministro alterou drasticamente as práticas na economia, nomeadamente reduzindo o intervencionismo do Estado, atribuindo um papel mais relevante à iniciativa privada e aos mecanismos de mercado.
Foi Cavaco Silva quem desferiu o primeiro ataque sobre o ensino "tendencialmente gratuíto".
Foi Cavaco Silva o pai do famoso MONSTRO com a criação de milhares de "jobs" para os "boys" do PPD/PSD e amigos. Além de ter inserido outros milhares de "boys" a recibos verdes no aparelho do Estado.
Foi no "consulado Cavaquista" que começou a destruição do aparelho produtivo português. Em troca dos subsídios diários vindos da então CEE, começou a aniquilar as Pescas, a Agricultura e alguns sectores da Indústria. Ou seja: começou exactamente com Cavaco Silva a aniquilação dos nossos recursos e capacidades.
Durante o "consulado Cavaquista", entravam em Portugal muitos milhões de euros diáriamente como fundos estruturais da CEE. Pode-se afirmar que foram os tempos das "vacas gordas" em Portugal. Como foram aplicados esses fundos?
O que se investiu na saúde? E na educação? E na formação profissional?
Que reforma se fez na agricultura? O que foi feito para o desenvolvimento industrial?
A situação actual do país responde a tudo isto! NADA!
Mas então como foi gasto o dinheiro?
Simplesmente desbaratado sem rigor nem fiscalização pela incompetência do governo de Cavaco Silva.
Tal como eu, qualquer habitante do Vale do Ave, minimamente atento, sabe como muitos milhões vindos da CEE foram "surripiados" com a conivência do governo "Cavaquista".
Basta lembrar que na época, o concelho de Felgueiras era o local em Portugal com mais Ferraris por metro quadrado.
Quando acabaram os subsídios da CEE, onde estava a modernização e o investimento das empresas? Nos carros topo de gama, nas casas de praia em Esposende, Ofir, etc. Etc.
Quanto às empresas... Essas faliram quase todas. Os trabalhadores - as
vítimas habituais destas malabarices patronais - foram para o desemprego, os "chico-espertos" que desviaram o dinheiro continuaram por aí como se nada se tivesse passado.
Quem foi o responsável? Óbviamente, Cavaco Silva e os seus ministros!
Quanto à formação profissional... Talvez ainda possamos perguntar a Torres Couto como se fartou de ganhar dinheiro durante o governo Cavaquista, porque é que teve que ir a tribunal justificar o desaparecimento de milhões de contos de subsídios para formação profissional. Talvez lhe possamos perguntar: como, porquê e para quê, Cavaco Silva lhe "ofereceu" esse dinheiro.
Foi também o primeiro-ministro Cavaco Silva que em 1989 recusou conceder ao capitão de Abril, Salgueiro Maia, quando este já se encontrava bastante doente, uma pensão por "Serviços excepcionais e relevantes prestados ao país", isto depois do conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República ter aprovado o parecer por unanimidade.
Mas foi o mesmo primeiro-ministro Cavaco Silva que em 1992, assinou os pedidos de reforma de 2 inspectores da polícia fascista PIDE/DGS, António Augusto Bernardo, último e derradeiro chefe da polícia política em Cabo Verde, e Óscar Cardoso, um dos agentes que se barricaram na sede António Maria Cardoso e dispararam sobre a multidão que festejava a liberdade.
Curiosamente, Cavaco Silva, premiou os assassinos fascistas com a mesma reforma que havia negado ao capitão de Abril Salgueiro Maia, ou seja: por "serviços excepcionais ou relevantes prestados ao país".
Como tenho memória, lembro-me também que Cavaco Silva e o seu "amigo" e ministro Dias Loureiro foram os responsáveis por um dos episódios mais repressivos da democracia portuguesa. Quando um movimento de cidadãos, formado de forma espontânea, se juntou na Ponte 25 de Abril, num "buzinão" de bloqueio, em protesto pelo aumento incomportável das portagens. Dias Loureiro (esse mesmo do BPN e que está agora muito confortávelmente em Cabo Verde), com a concordância do chefe, Cavaco Silva, ordenou uma despropositada e desproporcional carga policial contra os manifestantes. Nessa carga policial "irracional", foi disparado um tiro contra um jovem, que acabou por ficar tetraplégico.
Era assim nos tempos do "consulado Cavaquista", resolvia-se tudo com a repressão policial. Foi assim na ponte, foi assim com os vidreiros da Marinha Grande, foi assim com os estudantes nas galerias do Parlamento...
Foi ainda no reinado do primeiro-ministro Cavaco Silva, que o governo vetou a candidatura deJosé Saramago a um prémio literário europeu por considerar que o seu romance "O Evangelho segundo Jesus Cristo" era um ataque ao património religioso nacional.
Este veto levou José Saramago a abandonar o país para se instalar em Lanzarote, na Espanha, onde viveu até morrer. Considerou Saramago, que não poderia viver num país com censura.
Cavaco Silva foi o Presidente da República nos últimos 5 anos. Sendo ele o dono da famosa frase: "nunca tenho dúvidas e raramente me engano", como é que deixou Portugal chegar até à situação em que se encontra?
Mais! Diz a sabedoria popular: "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és."
Bem... Alguns dos ministros, amigos, apoiantes e financiadores das suas campanhas eleitorais não abonam nada a seu favor. Embora, na minha opinião, esta gente reflete exactamente a essência do Cavaquismo.
Oliveira e Costa - Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do governo Cavaquista entre 1985 e 1991. Ex presidente do famoso BPN.
A história deste fulano já é mais conhecida que os tremoços, nem vale a pena escrever mais nada.
Dias Loureiro - Ministro dos governos Cavaquistas. Assuntos Parlamentares entre1987 e 1991, Administração Interna entre1991 e 1995.
Associado aos crimes financeiros do BPN, com ligações ainda não clarificadas ao traficante de armas libanês, Abdul Rahman El-Assir, de quem é grande amigo.
Foi conselheiro de estado por nomeação directa de Cavaco Silva, função que ocupou com a "bênção" de Cavaco, até já não ser possível manter-se no lugar devido às pressões políticas e judiciais.
Encontra-se actualmente, muito confortavelmente a viver em Cabo Verde.
Ferreira do Amaral - Ministro dos governos Cavaquistas. Comércio e Turismo, entre 1985 e 1990, Obras Públicas, Transportes e Comunicações entre 1990 e 1995. Foi nesta condição (ministro das obras públicas do governo Cavaquista) que assinou os contratos de construção da Ponte Vasco da Gama com a Lusoponte, e a concessão (super-vantajosa para a Lusoponte) de 40 anos sobre as portagens das duas pontes de Lisboa.
Ferreira do Amaral é actualmente presidente do conselho de administração da Lusoponte. (Apenas por mera coincidência...)
Duarte Lima - Lider da bancada do PPD/PSD durante o Cavaquismo.
Envolvido em transacções monetárias "estranhas" no caso Lúcio Tomé Feteira"

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O povo?? Ponham-nos a ver futebol e mantenham-nos com um nivel de educação bem baixinho que assim eles nem se apercebem do que que se passa... Antigamente eram as lutas de gladiadores no coliseu de roma, agora é futebol, cinema e big brothers... Mantenham-nos bem estúpidos que eles ainda gritam bem alto por nós nas campanhas eleitorais... Não vão para a escola não...

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Portugal Anuncia com Orgulho: Moodys Hacked por Anonymous Hackers Portugueses



Site da Moody's hackeado por portugueses

Não deixa de ter uma certa piada. Em baixo, fica a imagem para a posteridade:




Veja Também (See Also):
 Portugal Proudly Presents Moody's Website Hacked by Portuguese Anonymous Hackers - National Heroes

Estado Sentido; Site da Moody's hackeado por portugueses

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Auditoria à Dívida: Éric-Toussaint. "Portugal Deve Repudiar de Forma Soberana a Parte Ilegítima da Dívida"



Éric Toussaint. "Portugal deve repudiar de forma soberana a parte ilegítima da dívida"

Éric Toussaint, presidente do Comité para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo, esteve em Lisboa, a convite do CES, para explicar o que é uma auditoria à dívida

Éric Toussaint sabe o que é uma auditoria à dívida - ao serviço do novo governo de esquerda do Equador, Toussaint fez parte da equipa que investigou a origem e o destino da dívida pública do país, um processo que levou ao julgamento de responsáveis políticos e à decisão unilateral de não pagar parte da dívida equatoriana. As situações da América Latina e da Europa são diferentes, mas há lições comuns a tirar, explica Toussaint. 


O que é a auditoria à dívida? Como funciona?
É um instrumento para analisar de maneira rigorosa as características da dívida pública interna e externa. Isto significa analisar as cláusulas dos contratos e a utilização dos fundos, e emitir uma opinião. Não é só analisar do ponto de vista do direito comercial, para ver se um contrato é ilegal. A auditoria tem de ser integral, isto é, tem de apurar como foi utilizado o dinheiro, qual foi o impacto ao nível dos direitos económicos e sociais, ao nível ambiental. A auditoria é um instrumento para identificar dívidas legítimas e ilegítimas. 

O que são dívidas legítimas e ilegítimas? Como traça essa diferença?
As dívidas ilegítimas podem ser dívidas ilegais [que partam, por exemplo, de actos de corrupção]. Mas mesmo as que são legais podem ao mesmo tempo ser ilegítimas.

Dê-nos um exemplo.
Um exemplo muito concreto: os empréstimos do FMI, do Banco Central Europeu e dos governos europeus à Grécia, à Irlanda e agora a Portugal. São créditos outorgados sob condições que implicam a violação de direitos económicos e sociais da população do país, em contradição com convenções assinadas pelo país com instituições como a Organização Internacional do Trabalho, etc. Ou sobre os princípios de contratação colectiva que foram postos em questão por tal condicionalidade. Para mim estes créditos são dívida do tipo ilegítimo. Além disso, ocorreram num contexto de chantagem dos mercados financeiros e o país não tem alternativa a não ser aceitar as condições da troika. As duas partes do contrato têm de ter total autonomia de vontade e neste caso penso que o governo português não tem essa autonomia porque está sob uma pressão tremenda dos credores. 

Mas olhar para este empréstimo não é ver o processo já na sua fase terminal? Não há toda uma dívida acumulada para trás? Como é que se audita essa dívida?
Há que determinar a partir de que ano se começa a auditoria. Eu participei na auditoria oficial da dívida do Equador e o nosso mandato era auditar a dívida entre 1976 e 2006. Trinta anos de endividamento. Há que analisar os créditos comerciais, os créditos com os organismos multilaterais, os créditos bilaterais. 

Como se audita o uso dessas verbas pedidas? Já este ano é difícil saber exactamente como gastámos todo o dinheiro em 2010 - como consegue auditar o que foi pago em 1985?
Depende de quem organiza a auditoria. No caso do Equador [auditoria concluída em 2008] foi por iniciativa do novo governo depois de cinco anos de campanha a favor da auditoria por parte de movimentos sociais. Essa decisão abriu-nos as portas e os arquivos do ministério das Finanças e do banco central, mesmo com a resistência de altos funcionários do ministério e do banco central. No caso de Portugal não se fala em auditoria. A questão aqui é saber se a sociedade civil e os movimentos de cidadãos querem começar uma auditoria de cidadãos, sem apoio do governo. Há que saber se no Parlamento há uma maioria parlamentar disposta a constituir uma comissão parlamentar de auditoria. E há mais dois poderes: o executivo (o governo) e poder judicial. Podia ser o público a pedir ao poder judicial que investigue. 

É essa a principal novidade, o facto de esta ser uma auditoria pedida pelas pessoas?

O novo no tema da auditoria é isto: até há alguns anos a auditoria era um instrumento apenas nas mãos do Tribunal de Contas e de empresas privadas de auditoria. Essas famosas agências de notação de risco têm de fazer auditoria. Conhecemos firmas internacionais como a KPMG, a Delloitte, a PriceWaterhouseCoopers, etc. O novo é que agora os movimentos sociais exigem uma auditoria. E essa iniciativa começou antes dessas explosões recentes em Espanha e na Grécia, com os indignados. Esse poderoso movimento - que é muito fraco em Portugal, mas muito forte em Espanha e na Grécia - está ligado a essa vontade de uma parte da sociedade civil, que se sente mal representada, querer controlo e capacidade de influir sobre a vida política. 

Não lhe parece que estamos muito longe disso em Portugal?
Pode ser. Mas ao mesmo tempo estamos a viver uma aceleração da história europeia devido à crise. E coisas que eram inimagináveis num momento podem transformar-se até em obrigatórias. Vim aqui convidado por organismos portugueses que querem aprender com outras experiências e saber se são executáveis em Portugal. 

Por que é que os cidadãos não se preocuparam nos últimos anos com isso e só agora surge esta preocupação?
A situação muda quando há uma crise. Há cinco anos os governos europeus diziam que tudo andava perfeitamente. Até falavam de margem para aumentar gastos. A cidadania, influenciada por esse discurso oficial, pensava que tudo estava sob controlo. Tudo começou a mudar com a crise que explodiu nos EUA em 2007 e o contágio à Europa em 2008. Há uma mudança total de panorama e o público agora dá-se conta que o mundo está dirigido por poderes que não são eficientes, que não são controlados, que estão sob a pressão de forças como os chamados "mercados financeiros", que aparecem como um ente misterioso. 

Mas o problema não está precisamente no facto desses países hoje afectados se terem colocado nessa posição acumulando enorme dívida? Culpar os credores não o mais fácil? Não há uma responsabilidade partilhada? Das suas palavras sou levado a concluir que só os credores são os maus da fita.
De acordo, há uma responsabilidade partilhada e por isso eu digo que se há evidência de uma política de endividamento exagerado e ilícito há que acusar judicialmente os responsáveis. No caso do Equador foram acusados antigos ministros das Finanças. Há um antigo ministro [ver nome] que foi sentenciado com 5 anos de cadeia e está em fuga nos EUA, que não o querem extraditar ao Equador. 

O que tinha feito esse ministro?
Assinou contratos - juntamente com outros altos funcionários que também foram acusados - prejudicando os interesses da nação e desrespeitando a lei do Equador. Não é um juízo político a um governo anterior de outra linha política. É uma violação da lei, ligada a enriquecimento pessoal. Quando se negoceiam empréstimos os credores podem propor subornos ou o ministro pode sugerir uma comissão. 

Seria possível em Portugal, no domínio da teoria, chegar à conclusão que ministros do passado pudessem ser acusados de crime público e julgado?
Para mim é imaginável. Não vou afirmar que é provável. Claro que a auditoria não chega a uma sentença. A auditoria dá os dados e uma interpretação. O poder judicial, executivo e legislativo é que têm de tomar decisões. 

Imaginando que Portugal faz uma auditoria do tipo que defende. O que faríamos depois com os resultados? 
Repudiar de maneira soberana a parte ilegítima da dívida. Tomar um acto soberano que claro que põe em causa as regras actuais na zona euro, mas que não implica sair da União Europeia. Implica tomar medidas unilaterais justificadas, compreensíveis pela opinião pública, para dar outra saída para a crise. Um tema fundamental da minha intervenção é a possibilidade de um acto soberano unilateral baseado em argumentos com fundamentos jurídicos internacionais e justificados com a busca da justiça social. Não é um acto unilateral para prejudicar a comunidade internacional, nem um acto que não toma em conta o direito internacional. Por isso fazemos um trabalho com a CADTM (Comité para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo) para definir argumentos jurídicos para actos soberanos de repúdio de dívida ilegítima. .
Fonte: 

Éric Toussaint. "Portugal deve repudiar de forma soberana a parte ilegítima da dívida"




Claro que não devemos pagar a dívida! Tal como o MRPP defende!Como é possível pedirem tantos sacrificios aos portugueses e continuarem sem explicar como foi causada esta dívida; a quem estamos a dever dinheiro; quanto dinheiro; o que querem fazer com o dinheiro que aí vem; etc etc..Além disso, não percebo como se continuam a pedir tantos esforços aos portugueses e esquecem-se de quem originou esta dívida: os privados!!Reparem no caso da PT, muito bem explicado pelo Garcia Pereira no seu blogue:
Garcia Pereira - Golden Share ou Hipocrisia Dourada

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Moodys Citigroup JP.Morgan Windsor Warburgs Lazards Lehmans Chase Wells-Fargo Federal-Reserve Cartel: As oito famílias



Os Quatro Cavaleiros da banca (Bank of America, JP Morgan Chase, Citigroup e Wells Fargo) são os donos dos Quatro Cavaleiros do Petróleo (Exxon Mobil, Royal Dutch/Shell, BP e Chevron Texaco); em sintonia com o Deutsche Bank, o BNP, o Barclays e outros monstros europeus das velhas fortunas. Mas o seu monopólio sobre a economia global não se esgota no xadrez do petróleo.
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De quem é a Moody's?
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A Casa de Morgan era íntima da Casa Britânica de Windsor e da Casa Italiana de Sabóia. Os Kuhn Loebs, os Warburgs, os Lehmans, os Lazards, os Israel Moses Seifs e os Goldman Sachs também tinham ligações estreitas com a realeza européia. Em 1895 Morgan controlava o fluxo do ouro dentro e fora dos EUA. A primeira vaga de fusões americanas estava na sua infância e estava a ser promovida pelos banqueiros. Em 1897 houve sessenta e nove fusões industriais. Em 1899 houve mil e duzentas. Em 1904, John Moody - fundador do Moody's Investor Services - disse que era impossível falar dos interesses de Rockefeller e Morgan em separado. [10]
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De acordo com o relatório 10-K para a SEC, os Quatro Cavaleiros da Banca estão entre os dez maiores acionistas de praticamente todas as empresas da Fortune 500. [1]


[NT 1]

Então quem são os acionistas destes centros bancários de dinheiro?

Esta informação é um segredo muito bem guardado. As minhas indagações junto das agências reguladoras da banca, no que se refere aos proprietários das ações dos 25 maiores bancos norte-americanos que possuem companhias, foram respondidas ao abrigo da Lei da Liberdade de Informação, antes de serem recusadas com base na "segurança nacional". O que é bastante ridículo, na medida em que muitos dos acionistas da banca residem na Europa.

Um importante repositório da riqueza da oligarquia global que é dona destas companhias na posse da banca é a US Trust Corporation - fundada em 1853 e atualmente propriedade do Bank of America. Um recente diretor e curador honorário da US Trust Corporate foi Walter Rothschild. Outros diretores incluíram Daniel Davison do JP Morgan Chase, Richard Tucker da Exxon Mobil, Daniel Roberts do Citigroup e Marshall Schwartz do Morgan Stanley. [2]

J. W. McCallister, da indústria petrolífera com ligações à Casa de Saud, escreveu no The Grim Reaper que informações que obteve de banqueiros sauditas referiam que 80% do Federal Reserve Bank de Nova Iorque - de longe o ramo mais poderoso do Fed - estavam na posse de apenas oito famílias, quatro das quais residem nos EUA. São elas os Goldman Sachs, os Rockefellers, os Lehmans e os Kuhn Loebs de Nova Iorque; os Rothschilds de Paris e de Londres; os Warburgs de Hamburgo; os Lazards de Paris; e os Israel Moses Seifs de Roma.

O CPA Thomas D. Schauf confirma as afirmações de McCallister, acrescentando que dez bancos controlam todos os doze ramos do Federal Reserve Bank. Menciona o N.M. Rothschild de Londres, o Rothschild Bank de Berlim, o Warburg Bank de Hamburgo, o Warburg Bank de Amsterdã, o Lehman Brothers de Nova Iorque, o Lazard Brothers de Paris, o Kuhn Loeb Bank de Nova Iorque, o Israel Moses Seif Bank de Itália, o Goldman Sachs de Nova Iorque e o JP Morgan Chase Bank de Nova Iorque. Schauf lista William Rockefeller, Paul Warburg, Jacob Schiff e James Stillman como indivíduos que possuem grande quantidade de ações do Fed. [3] Os Schiffs são preponderantes no Kuhn Loeb. Os Stillmans no Citigroup, casaram-se no clã Rockfeller no início do século.

Eustace Mullins chegou às mesmas conclusões no seu livro ' The Secrets of the Federal Reserve', em que exibe gráficos ligando o Fed e os bancos seus membros às famílias Rothschild, Warburg, Rockfeller e outras. [4]

O controlo que estas famílias de banqueiros exercem sobre a economia global não pode ser sobrestimada e é intencionalmente um segredo bem guardado. O seu braço nos media empresariais é rápido a desacreditar qualquer informação que divulgue este cartel privado de banqueiros centrais como uma 'teoria da conspiração'. Mas os fatos subsistem.

A Casa de Morgan

O Federal Reserve Bank nasceu em 1913, no mesmo ano em que morreu J. Pierpoint Morgan, descendente de banqueiro, e em que se formou a Fundação Rockfeller. A Casa de Morgan presidiu a finança americana a partir da esquina de Wall Street e Broad Street, praticamente como o banco central dos EUA desde 1838, quando George Peabody a fundou em Londres.

Peabody era sócio de negócios dos Rothschilds. Em 1952, o investigador do Fed, Eustace Mullins, avançou com a suposição de que os Morgans não eram mais do que agentes dos Rothschilds. Mullins escreveu que os Rothschilds "... preferiam operar anonimamente nos EUA por detrás da fachada de J.P. Morgan & Company". [5]

O autor Gabriel Kolko afirmou, "as atividades de Morgan em 1895-1896 na venda de títulos do Tesouro dos EUA na Europa basearam-se numa aliança com a Casa de Rothschild." [6]

Os tentáculos do polvo financeiro de Morgan envolveram rapidamente todo o globo. Morgan Grenfell operava em Londres. Morgan et Ce dominava Paris. Os primos Lambert de Rothschild criaram a Drexel & Company na Filadélfia.

A Casa de Morgan assistia aos Astors, aos DuPonts, aos Guggenheims, aos Vanderbilts e aos Rockefellers. Financiou o lançamento da AT&T, da General Motors, da General Electric e da DuPont. Tal como os bancos Rothschild e Barings com sede em Londres, o Morgan tornou-se parte da estrutura do poder em muitos países.

Em 1890, a Casa de Morgan emprestava dinheiro ao banco central do Egito, financiava ferrovias russas, títulos do governo provincial brasileiro e projetos de obras públicas argentinas. Uma recessão em 1893 reforçou o poder de Morgan. Nesse ano Morgan salvou o governo dos EUA de um pânico bancário, formando uma união para escorar as reservas governamentais com uma injeção de 62 milhões de dólares em ouro Rothschild. [7]

Morgan foi a força motriz por detrás da expansão para oeste nos EUA, financiando e controlando as vias-férreas para oeste por intermédio de fundos fiduciários. Em 1879 a Ferrovia Central de Nova Iorque, de Cornelius Vanderbilt, financiada por Morgan, concedeu taxas preferenciais ao monopólio nascente da Standard Oil, de John D. Rockefeller, cimentando a relação Rockefeller/Morgan.

A Casa Morgan passou depois para o controlo da família Rothschild e Rockefeller. Um título do New York Herald dizia, "Reis do caminho-de-ferro formam monopólio gigantesco". J. Pierpont Morgan, que em tempos afirmara, "A competição é um pecado", passou a opinar alegremente, "Pensem nisso. Toda a concorrência do tráfego ferroviário a oeste de St. Louis colocada sob o controlo de cerca de trinta homens". [8]

Morgan e o banqueiro Kuhn Loeb de Edward Harriman detinham o monopólio sobre os caminhos-de-ferro, enquanto as dinastias banqueiras Lehman, Goldman Sachs e Lazard se juntaram aos Rockefellers para controlarem a base industrial dos EUA. [9]

Em 1903, as Oito Famílias fundaram o Banker's Trust. Benjamin Strong do Banker's Trust foi o primeiro governador do Federal Reserve Bank de Nova Iorque. A criação do Fed em 1913 fundiu o poder das Oito Famílias com o poder militar e diplomático do governo dos EUA. Se os seus empréstimos no estrangeiro não fossem pagos, os oligarcas podiam contar com os Marines dos EUA para cobrar as dívidas. O Morgan, o Chase e o Citibank formaram uma união de empréstimos internacionais.

A Casa de Morgan era íntima da Casa Britânica de Windsor e da Casa Italiana de Sabóia. Os Kuhn Loebs, os Warburgs, os Lehmans, os Lazards, os Israel Moses Seifs e os Goldman Sachs também tinham ligações estreitas com a realeza européia. Em 1895 Morgan controlava o fluxo do ouro dentro e fora dos EUA. A primeira vaga de fusões americanas estava na sua infância e estava a ser promovida pelos banqueiros. Em 1897 houve sessenta e nove fusões industriais. Em 1899 houve mil e duzentas. Em 1904, John Moody - fundador do Moody's Investor Services - disse que era impossível falar dos interesses de Rockefeller e Morgan em separado. [10]

Surgiu a desconfiança do público em relação a este conluio. Muita gente considerava-os como traidores a trabalhar para as antigas fortunas da Europa. A Standard Oil de Rockefeller, a US Steel de Andrew Carnegie e os caminhos-de-ferro de Edward Harriman foram todos financiados pelo banqueiro Jacob Schiff do Kuhn Loeb, que trabalhava em estreita colaboração com os Rothschilds europeus.

Vários estados do oeste proibiram a entrada dos banqueiros. O pregador populista William Jennings Bryan foi por três vezes o candidato Democrata para presidente entre 1896 e 1908. O tema central da sua campanha anti-imperialista era que a América estava a cair numa ratoeira de "servidão financeira para com o capital britânico". Teddy Roosevelt derrotou Bryan em 1908 mas, por causa deste incêndio populista que se ia alastrando, foi forçado a promulgar a Lei Sherman Anti-Monopólio. Depois, perseguiu o Monopólio da Standard Oil.

Em 1912, realizaram-se as audições Pujo, que trataram da concentração do poder em Wall Street. Nesse mesmo ano, Mrs. Edward Harriman vendeu as suas substanciais ações do Guaranty Trust Bank de Nova Iorque a J.P. Morgan, criando o Morgan Guaranty Trust. O juiz Louis Brandeis convenceu o presidente Woodrow Wilson a tentar pôr fim aos diretorados interligados. Em 1914 foi aprovada a Lei Clayton Anti-Monopólio.

Jack Morgan - filho e sucessor de J. Pierpont - reagiu convidando os seus clientes Remington e Winchester a aumentar a produção de armas. Argumentou que os EUA precisavam de entrar na I Guerra Mundial. Incitado pela Fundação Carnegie e por outras frentes oligárquicas, Wilson cedeu. Como escreveu Charles Tansill em 'America Goes to War', "Ainda antes do início do conflito, a firma francesa Rothschild Frères enviou um telegrama a Morgan & Company de Nova Iorque sugerindo o financiamento de um empréstimo de 100 milhões de dólares, grande parte do qual ficaria nos EUA para pagar as compras francesas dos produtos americanos".

A Casa Morgan financiou metade do esforço de guerra dos EUA, enquanto recebia comissões para contratar fornecedores como a GE, a DuPont, a US Steel, a Kennecott e a ASARCO. Todos eles eram clientes Morgan. A Morgan também financiou a Guerra britânica dos Bóeres na África do Sul e a Guerra Franco-Prussiana. A Conferência de Paz de Paris, em 1919, foi presidida por Morgan, que liderou os esforços de reconstrução tanto dos alemães como dos aliados. [11]

Na década de 1930 reapareceu o populismo na América depois de o Goldman Sachs, o Lehman Bank e outros terem beneficiado da Queda da Bolsa de 1929. [12] O presidente da Comissão Bancária do Congresso, Louis McFadden (D-NY) disse sobre a Grande Depressão, "Não foi um acidente. Foi uma ocorrência cuidadosamente planeada... Os banqueiros internacionais pensaram criar uma situação de desespero aqui para poderem surgir como dominadores de todos nós".

O senador Gerald Nye (D-ND), em 1936, presidiu a uma investigação sobre munições. Nye concluiu que a Casa de Morgan tinha feito os EUA mergulharem na I Guerra Mundial para proteger empréstimos e criar uma explosão na indústria de armamento. Nye produziu mais tarde um documento intitulado The Next War, que se referia cinicamente à "fraude contra a velha deusa da democracia", através da qual o Japão podia ser utilizado para atrair os EUA para a II Guerra Mundial.

Em 1937, o secretário do Interior, Harold Ickes, alertou para a influência das "60 Famílias da América". O historiador Ferdinand Lundberg posteriormente escreveu um livro exatamente com o mesmo título. O juiz do Supremo Tribunal, William O. Douglas, condenou, "a influência de Morgan... a mais perniciosa na indústria e na finança de hoje".

Jack Morgan respondeu empurrando os EUA para a II Guerra Mundial. Morgan tinha estreitas relações com as famílias Iwasaki e Dan - dois dos clãs mais ricos do Japão - que são donos da Mitsubishi e da Mitsui, respectivamente, visto que estas empresas saíram dos xogunatos do século XVII. Quando o Japão invadiu a Manchúria, chacinando camponeses chineses em Nanking, Morgan minimizou o incidente. Morgan também tinha relações estreitas com o fascista italiano Benito Mussolini, enquanto que o nazista alemão Dr. Hjalmer Schacht foi uma ligação do Morgan Bank durante a II Guerra Mundial. Depois da guerra, representantes do Morgan encontraram-se com Schacht no Banco de Compensações Internacionais (BIS) em Basileia, na Suíça. [13]

A Casa de Rockefeller

O BIS é o banco mais poderoso do mundo, um banco central global das Oito Famílias que controlam os bancos centrais privados de quase todos os países ocidentais e em desenvolvimento. O primeiro presidente do BIS foi o banqueiro Gates McGarrah de Rockefeller - funcionário do Chase Manhattan e do Federal Reserve. McGarrah era avô do antigo diretor da CIA, Richard Helms. Os Rockefellers - tal como os Morgans - tinham estreitas ligações a Londres. David Icke escreve em ' Children of the Matrix' , que os Rockefellers e os Morgans eram apenas 'mandaretes' dos Rothschilds europeus. [14]

O BIS é propriedade do Federal Reserve, do Banco de Inglaterra, do Banco da Itália, do Banco do Canadá, do Banco Nacional Suíço, do Banco da Holanda, do Bundesbank e do Banco da França.

O historiador Carroll Quigley escreveu no seu livro épico ' Tragedy and Hope' que o BIS foi produto de um plano, "para criar um sistema mundial de controlo financeiro em mãos privadas capaz de dominar o sistema político de cada país e a economia do mundo no seu todo... para ser controlado de modo feudal pelos bancos centrais mundiais, atuando concertadamente através de acordos secretos".

O governo dos EUA tinha uma desconfiança histórica do BIS, e esforçou-se em vão pela sua destruição na Conferência Bretton Woods em 1944, após a II Guerra Mundial. Pelo contrário, o poder das Oito Famílias saiu reforçado, com a criação em Bretton Woods do FMI e do Banco Mundial. O Federal Reserve dos EUA só adquiriu acções no BIS em Setembro de 1994. [15]

O BIS detém pelo menos 10% das reservas monetárias de pelo menos 80 bancos centrais mundiais, do FMI e de outras instituições multilaterais. Funciona como agente financeiro de acordos internacionais, reúne informações sobre a economia global e serve de prestamista de último recurso para impedir um colapso financeiro global.

O BIS promove um programa capitalista fascista de monopólio. Concedeu um empréstimo a curto prazo à Hungria nos anos 90 para garantir a privatização da economia daquele país. Serviu de canal para as Oito Famílias financiarem Adolf Hitler - dirigido por J. Henry Schroeder dos Warburgs e pelo Banco Mendelsohn de Amesterdã. Muitos investigadores afirmam que o BIS está no nadir da lavagem de dinheiro da droga global. [16]

Não é por acaso que o BIS tem a sua sede na Suíça, esconderijo preferido para a riqueza da aristocracia global e sede da Loja Alpina P-2 da Maçonaria italiana e da Internacional Nazi. Outras instituições que as Oito Famílias controlam incluem o Fórum Económico Mundial, a Conferência Monetária Internacional e a Organização Mundial do Comércio.

Bretton Woods foi uma bênção para as Oito Famílias. O FMI e o Banco Mundial foram fundamentais para esta "nova ordem mundial". Em 1944, as primeiras ações do Banco Mundial foram lançadas por Morgan Stanley e First Boston. A família francesa Lazard passou a estar mais envolvida nos interesses da Casa de Morgan. Os Lazard Frères - o maior banco de investimentos da França - é propriedade das famílias Lazard e David-Weil - descendentes dos antigos banqueiros genoveses representados por Michelle Davive. Um recente presidente e director executivo do Citigroup foi Sanford Weill.

Em 1968 a Morgan Guaranty lançou o Euro-Clear, um banco de compensação com sede em Bruxelas, para valores em eurodólares. Foi a primeira experiência automatizada do gênero. Houve quem chamasse ao Euro-Clear de "A Besta". Bruxelas é a sede do novo Banco Central Europeu e da NATO. Em 1973, funcionários da Morgan reuniram-se secretamente nas Bermudas para ressuscitar ilegalmente a velha Casa de Morgan, vinte anos antes da revogação da Lei Glass Steagal. Morgan e os Rockefellers apoiaram financeiramente a Merrill Lynch, atirando-a para o grupo dos 5 Grandes da banca de investimentos norte-americana. Merrill faz atualmente parte do Bank of America.

John D. Rockefeller utilizou a sua riqueza petrolífera para comprar a Equitable Trust, que tinha absorvido vários grandes bancos e empresas nos anos 20. A Grande Depressão ajudou a consolidar o poder de Rockefeller. O seu Chase Bank fundiu-se com o Manhattan Bank de Kuhn Loeb para formar o Chase Manhattan, consolidando uma antiga relação familiar. Os Kuhn-Loebs tinham financiado - juntamente com os Rothschilds - a tentativa de Rockefeller para ser o rei do petróleo. O National City Bank de Cleveland forneceu a John D. o dinheiro necessário para entrar nesta monopolização da indústria petrolífera dos EUA. O banco foi identificado nas audições do Congresso como um dos três bancos de propriedade dos Rothschilds nos EUA durante a década de 1870, quando Rockefeller começou por incorporar a Standard Oil de Ohio. [17]

Um dos sócios de Rockefeller da Standard Oil era Edward Harkness, cuja família veio a controlar o Chemical Bank. Um outro era James Stillman, cuja família controlava o Manufacturers Hanover Trust. Estes dois bancos fundiram-se sob a égide de JP Morgan Chase. Duas das filhas de James Stillman casaram-se com dois dos filhos de William Rockefeller. As duas famílias também controlam uma enorme fatia do Citigroup. [18]

Na área dos seguros, os Rockefellers controlam o Metropolitan Life, a Equitable Life, a Prudential e a New York Life. Os bancos Rockefeller controlam 25% do ativo dos 50 maiores bancos comerciais norte-americanos e 30% do activo das 50 maiores companhias de seguros. [19] As companhias de seguros - a primeira nos EUA foi fundada por mações através da Woodman's of America - desempenham um papel chave na lavagem do dinheiro da droga nas Bermudas.

As empresas sob o controlo de Rockefeller incluem a Exxon Mobil, a Chevron Texaco, a BP Amoco, a Marathon Oil, a Freeport McMoran, a Quaker Oats, a ASARCO, a United, a Delta, a Northwest, a ITT, a International Harvester, a Xerox, a Boeing, a Westinghouse, a Hewlett-Packard, a Honeywell, a International Paper, a Pfizer, a Motorola, a Monsanto, a Union Carbide e a General Foods.

A Fundação Rockefeller tem ligações financeiras estreitas com as Fundações Ford e Carnegie. Outras iniciativas filantrópicas da família incluem o Rockefeller Brothers Fund, o Instituto Rockefeller de Pesquisa Médica, o Conselho Geral da Educação, a Universidade Rockefeller e a Universidade de Chicago - que tem preparado um fluxo permanente de economistas de extrema direita como defensores do capital internacional, incluindo Milton Friedman.

A família possui o edifício Rockefeller Plaza, 30, onde todos os anos se ilumina a árvore de Natal nacional e o Rockefeller Center. David Rockefeller foi fundamental na construção das torres do World Trade Center. A principal casa da família Rockefeller é um deselegante complexo a norte do estado de Nova Iorque, conhecido por Pocantico Hills. Também possuem um duplex de 32 quartos na 5ª Avenida em Manhattan, uma mansão em Washington, DC, o Rancho Monte Sacro na Venezuela, plantações de café no Equador, várias fazendas no Brasil, uma propriedade em Seal Harbour, no Maine e casas de férias nas Caraíbas, no Havai e em Porto Rico. [20]

As famílias Dulles e Rockefeller são primos. Allen Dulles criou a CIA, deu assistência aos nazis, encobriu o assassínio de Kennedy à Comissão Warren e fechou um acordo com a Irmandade Muçulmana para criar assassinos controlados psicologicamente. [21]

O irmão John Foster Dulles presidiu às garantias falsificadas da Goldman Sachs antes da queda da bolsa de 1929 e ajudou o irmão a derrubar governos no Irão e na Guatemala. Eram ambos membros da Skull & Bones, do Council on Foreign Relations (CFR) e mações do 33º grau. [22]

Os Rockefellers foram decisivos na formação do Clube de Roma, orientado para a redução da população, na propriedade da família em Bellagio, Itália. Criaram a Comissão Trilateral na sua propriedade Pocantico Hills. A família é um dos principais financiadores do movimento eugénico que gerou Hitler, a clonagem humana e a actual obsessão pelo ADN na comunidade científica norte-americana.

John Rockefeller Jr. chefiou o Conselho da População até à sua morte. [23] O seu filho homônimo é senador pela Virginia Ocidental. O irmão Winthrop Rockefeller foi vice-governador do Arkansas e continua a ser o homem mais poderoso daquele estado. Numa entrevista em Outubro de 1975 à revista Playboy, o vice-presidente Nelson Rockefeller - que também foi governador de Nova Iorque - articulou a perspectiva paternalista da sua família, "Acredito plenamente no planejamento - no campo econômico, social, político, militar, no mundo inteiro".

Mas de todos os irmãos Rockefeller, foi David, o fundador da Comissão Trilateral (TC) e presidente do Chase Manhattan, quem levou a agenda fascista da família a uma escala global. Defendeu o Xá do Irão, o regime apartheid da África do Sul e a junta chilena de Pinochet. Foi o maior financiador do CFR, do TC e (durante a Guerra do Vietnan) da Comissão para uma Paz Efetiva e Duradoura na Ásia - um contrato de bonança para os que não estavam envolvidos no conflito.

Nixon convidou-o para secretário do Tesouro, mas Rockefeller recusou o cargo, sabendo que o seu poder era muito maior ao leme do Chase. O autor Gary Allen escreve em ' The Rockefeller File' que, em 1973, "David Rockefeller reuniu-se com 27 chefes de estado, incluindo os governantes da Rússia e da China Vermelha".

Após o golpe do Nugan Hand Bank e da CIA, de 1975, contra o primeiro-ministro australiano Gough Whitlam, o seu sucessor designado pela Coroa britânica, Malcolm Fraser, correu aos EUA, onde se encontrou com o presidente Gerald Ford depois de ter conferenciado com David Rockefeller. [24]

01/Junho/2011

A seguir, parte II da série The Federal Reserve Cartel: The Freemason BUS & The House of Rothschild

Notas

[1] 10K Filings of Fortune 500 Corporations to SEC. 3-91

[2] 10K Filing of US Trust Corporation to SEC. 6-28-95

[3] "The Federal Reserve 'Fed Up'. Thomas Schauf. www.davidicke.com 1-02

[4] The Secrets of the Federal Reserve. Eustace Mullins. Bankers Research Institute. Staunton, VA. 1983. p.179

[5] Ibid. p.53

[6] The Triumph of Conservatism. Gabriel Kolko. MacMillan and Company New York. 1963. p.142

[7] Rule by Secrecy: The Hidden History that Connects the Trilateral Commission, the Freemasons and the Great Pyramids. Jim Marrs. HarperCollins Publishers. New York. 2000. p.57

[8] The House of Morgan. Ron Chernow. Atlantic Monthly Press NewYork 1990

[9] Marrs. p.57

[10] Democracy for the Few. Michael Parenti. St. Martin's Press. New York. 1977. p.178

[11] Chernow

[12] The Great Crash of 1929. John Kenneth Galbraith. Houghton, Mifflin Company. Boston. 1979. p.148

[13] Chernow

[14] Children of the Matrix. David Icke. Bridge of Love. Scottsdale, AZ. 2000

[15] The Confidence Game: How Un-Elected Central Bankers are Governing the Changed World Economy. Steven Solomon. Simon & Schuster. New York. 1995. p.112

[16] Marrs. p.180

[17] Ibid. p.45

[18] The Money Lenders: The People and Politics of the World Banking Crisis. Anthony Sampson. Penguin Books. New York. 1981

[19] The Rockefeller File. Gary Allen. '76 Press. Seal Beach, CA. 1977

[20] Ibid

[21] Dope Inc.: The Book That Drove Kissinger Crazy. Editors of Executive Intelligence Review. Washington, DC. 1992

[22] Marrs.

[23] The Rockefeller Syndrome. Ferdinand Lundberg. Lyle Stuart Inc. Secaucus, NJ. 1975. p.296

[24] Marrs. p.53

[NT 1] Relatório 10-K : É o relatório anual exigido pela Comissão de Garantias e Câmbios (SEC) dos EUA que dá um resumo abrangente da atividade duma empresa com um patrimônio superior a 10 milhões de dólares. A Fortune 500 é uma lista anual publicada pela revista Fortune que lista as maiores 500 empresas norte-americanas.

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[*] Autor de Big Oil & Their Bankers in the Persian Gulf ; Four Horsemen, Eight Families & Their Global Intelligence, Narcotics & Terror Network e The Grateful Unrich: Revolution in 50 Countries . Seu blog: http://deanhenderson.wordpress.com/

O original encontra-se em

http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=25080

Tradução de Margarida Ferreira.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .



http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=486c0401c56bf7ec2daa9eba58907da9&cod=8200

http://port.pravda.ru/busines/16-06-2011/31741-cartel_fed_reserve-0/

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Sociedade Defesa dos Direitos Civis: Guerra dos EUA pela Dominação Global



Este texto serviu de apoio às conferências do Prof. Michel Chossudovsky na Sociedade para a Defesa dos Direitos Civis e Dignidade Humana (GBM), em Berlim, dias 10-11 de Dezembro de 2003, e na Humboldt Universidade de Berlim, em 12 de Dezembro de 2003 (resistir.info)

As guerras no Afeganistão e no Iraque fazem parte de uma agenda militar mais vasta, a qual foi lançada no fim da Guerra Fria. A agenda de guerra agora em andamento é uma continuação da Guerra do Golfo de 1991 e das guerras conduzidas pela NATO contra a Jugoslávia (1991-2001).

O período pós Guerra Fria também foi marcado por numerosas operações encobertas americanas dentro da antiga União Soviética, as quais foram instrumentais para desencadear guerras civis em várias das antigas repúblicas, incluindo a Chechenia (dentro da Federação Russa), a Geórgia e o Azerbaijão. Neste último, estas operações encobertas foram lançadas com o objectivo de assegurar o controle estratégico sobre os corredores de pipelines do petróleo e do gás.

As operações militares e de inteligência na era pós Guerra Fria foram conduzidas em estreita coordenação com as "reformas de mercado livre" impostas sob a orientação do FMI na Europa Oriental, na antiga União Soviética e nos Balcãs, as quais resultaram na desestabilização de economias nacionais e no empobrecimento de milhões de pessoas.

Os programas de privatização patrocinados pelo Banco Mundial nestes países permitiram ao capital ocidental adquirir a propriedade e ganhar o controle de uma enorme fatia da economia dos antigos países do bloco oriental. Este processo também está na base das fusões estratégicas e/ou takeovers da indústria do petróleo e do gás na antigas União Soviética por parte de poderosos conglomerados ocidentais, através da manipulação financeira e de práticas políticas corruptas.

Por outras palavras: o que está em jogo na guerra conduzida pelos EUA é a recolonização de uma vasta região que se estende desde os Balcãs até a Ásia Central.

O posicionamento estratégico da máquina de guerra dos EUA tem em vista ampliar a sua esfera de influência económica. Os EUA estabeleceram uma presença militar permanente não só no Iraque e no Afeganistão, pois têm bases militares em várias das antigas repúblicas soviéticas junto à fronteira ocidental da China. Por sua vez, desde 1999, tem havido uma preparação militar no Mar do Sul da China.

A guerra e a globalização andam de mãos dados. A militarização apoia a conquista de novas fronteiras económicas e a imposição por todo o mundo do sistema de "mercado livre".

A PRÓXIMA FASE DA GUERRA

A administração Bush já identificou a Síria como o palco para o passo seguinte no "mapa da estrada para a guerra". O bombardeamento de presumidas 'bases terroristas' na Síria pela Força Aérea Israelense em Outubro destinou-se a proporcionar uma justificação para subsequentes intervenções militares antecipativas (preemptives) . Ariel Sharon lançou os ataques com a aprovação de Donald Rumsfeld. (Ver Gordon Thomas, Global Outlook, No. 6, Winter 2004)

Esta extensão planejada da guerra à Síria tem sérias implicações. Significa que Israel tornou-se uma actor militar principal na guerra conduzida pelos EUA, bem como um membro 'oficial' da coligação anglo-americana.

O Pentágono encara o 'controle territorial' sobre a Síria, cuja superfície constitui uma ponte entre Israel e o Iraque ocupado, como 'estratégico' de um ponto de vista militar e económico. Também constitui um meio de controlar a fronteira iraquiana e de conter o fluxo de combatentes voluntários, os quais estão a viajar para Bagdad para se juntarem ao movimento de resistência iraquiano.

Esta ampliação do teatro de guerra está em consonância com o plano de Ariel Sharon de construir um 'Grande Israel' "sobre as ruínas do nacionalismo palestiniano". Enquanto Israel procura estender o seu domínio territorial em direcção ao Rio Eufrates, com áreas designadas de colonização judia na área central síria, os palestinianos são aprisionados em Gaza e no West Bak por trás de um 'Muro do apartheid'.

Enquanto isso, o Congresso americano endureceu as sanções económicas sobre a Líbia e o Irão. Igualmente, Washington está a dar indicações sobre a necessidade de uma 'mudança de regime' na Arábia Saudita. E a acumular pressões políticas à Turquia.

Assim, a guerra poderia na verdade transbordar para uma região muito mais vasta que se estende desde o Mediterrâneo Oriental até ao subcontinente indiano e à fronteira ocidental da China.

A UTILIZAÇÃO DE ARMAS NUCLEARES "ANTECIPATIVAS"

Washington adoptou uma política nuclear de primeiro ataque (first strike) "antecipativo", a qual recebeu agora aprovação do Congresso. As armas nucleares já não são uma arma de último recurso como durante a era da Guerra Fria.

Os EUA, a Grã-Bretanha e Israel têm uma política de armas nucleares coordenada. As ogivas nucleares israelenses estão apontadas às maiores cidades do Médio Oriente. Os governos de todos estes três países declararam bastante abertamente, antes da guerra ao Iraque, que estavam preparados para utilizar armas nucleares "se fossem atacados" com as chamadas "armas de destruição em massa". Israel é a quinta potência nuclear no mundo. O seu arsenal nuclear é mais avançado do que o da Grã-Bretanha.

Umas poucas semanas a seguir à entrada dos US Marines em Bagdad, o US Senate Armed Services Committee deu ao Pentágono o sinal verde para desenvolver uma nova bomba nuclear táctica, a ser usada em teatros de guerra convencionais, "com uma potência [até] seis vezes mais poderosa do que a bomba de Hiroshima".

A seguir à decisão do Senado, o Pentágono redefiniu os pormenores da sua agenda nuclear numa reunião secreta com executivos sénior da indústria nuclear e do complexo militar-industrial na Sede do Comando Central na Base da Força Aérea de Offutt, no Nebraska. A reunião foi efectuada em 6 de Agosto, o dia em que a primeira bomba atómica foi lançada sobre Hiroshima, 58 anos atrás.

A nova política nuclear envolve explicitamente os grandes empreiteiros da defesa na tomada de decisões. Isto é o equivalente à "privatização" da guerra nuclear. As corporações não só obtêm multibiliões de dólares de lucros com a produção de bombas nucleares como também têm um papel directo na preparação da agenda respeitante à utilização e aplicação das armas nucleares.

Nesse ínterim, o Pentágono desencadeou uma grande campanha de propaganda e relações públicas destinada a ver positivamente a utilização de armas nucleares com a "defesa da Pátria Americana".

Plenamente endossadas pelo Congresso dos EUA, as mini-ogivas (mini-nukes) são consideradas como "seguras para civis".

Esta nova geração de armas nucleares é destinada a ser utilizada na próxima fase desta guerra, em "teatros convencionais" (exemplo: no Médio Oriente e na Ásia Central) juntamente com armas convencionais.

Em Dezembro de 2003 o Congresso americano estabeleceu uma verba de US$ 6,3 mil milhões, somente para o exercício de 2004, a fim de desenvolver esta nova geração de armas nucleares "defensivas".

O orçamento anual global é da ordem dos 400 mil milhões de dólares, grosso modo da mesma ordem de grandeza de todo o Produto Interno Bruto (PIB) da Federação Russa.

Se não há evidência confirmada da utilização de mini-ogivas nos teatros de guerra iraquiano e afegão, testes efectuados no Afeganistão pelo Uranium Medical Research Center (UMRC), do Canadá, confirmam que a radiação tóxica registada não era atribuível ao "metal pesado" da munição com urânio empobrecido (depleted uranium, DU) e sim a uma outra forma não identificada de contaminação por urânio.

"alguma forma de arma de urânio foi utilizada (...) Os resultados foram espantosos: os doadores apresentavam concentrações de isótopos de urânio tóxico e radioactivo entre 100 e 400 vezes maiores do que nos veteranos da Guerra do Golfo testados em 1999". http://www.umrc.net/

O PLANEAMENTO DA GUERRA

A guerra ao Iraque esteve nos cenários de planeamento pelo menos desde meados da década de 1990.

Em 1995 um documento sobre segurança nacional da administração Clinton declarava bastante claramente que o objectivo da guerra é o petróleo: "proteger o acesso ininterrupto e seguro dos Estados Unidos ao petróleo".

Em Setembro de 2000, uns poucos meses antes do acesso de George W. Bush à Casa Branca, o Project for a New American Century (PNAC) publicou o seu projecto para a dominação global sob o título: "Reconstruindo as defesas da América".

O PNAC é um organismo neo-conservador de consultoria (think tank) ligado ao establishment da Defesa-Inteligência, ao Partido Republicano e ao poderoso Council on Foreign Relations (CFR) que desempenha um papel nos bastidores para a formulação da política externa americana.

O objectivo declarado do PNAC é bastante simples:

"Combater e vencer decisivamente em teatros de guerra múltiplos e simultâneos".

Tal declaração indica que os EUA planeiam estar envolvidos simultaneamente em vários teatros de guerra em diferentes regiões do mundo.

O vice-secretário da Defesa Paul Wolfowitz, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld e o vice-presidente Dick Cheney adoptaram o projecto PNAC antes das eleições presidenciais.

O PNAC esboça um roteiro da conquista. Apela à "imposição directa de 'bases avançadas' americanas em toda a Ásia Central e no Médio Oriente" tendo em vista assegurar a dominação económica do mundo, ao mesmo tempo que estrangulando qualquer potencial "rival" ou qualquer alternativa viável à visão americana de uma economia de 'livre mercado'. (Ver Chris Floyd, Bush's Crusade for empire, Global Outlook, No. 6, 2003)

O PAPEL DAS "BAIXAS MACIÇAS PRODUTORAS DE EVENTOS"

O projecto do PNAC também esboça uma estrutura consistente de propaganda de guerra. Um ano antes do 11 de Setembro, o PNAC apelava a "algum evento catastrófico e catalisador, como um novo Pearl Harbor", o qual serviria para galvanizar a opinião pública americana em apoio de uma agenda de guerra (Ver http://www.globalresearch.ca/articles/NAC304A.html )

Os arquitectos do PNAC parecem ter antecipado com cínica precisão a utilização dos ataque do 11 de Setembro como "um incidente pretexto para a guerra".

A referência do PNAC a um "evento catastrófico e catalisador" reflecte uma declaração semelhante de David Rockfeller em 1994 ao United Nations Business Council:

"Estamos à beira da transformação global. Tudo o que precisamos é a grande crise certa e as nações aceitarão a Nova Ordem Mundial".

De modo análogo, nas palavras de Zbigniew Brzezinski, no seu livro The Grand Chessboard :

"... pode considerar-se mais difícil moldar um consenso [na América] sobre questões de política externa, excepto nas circunstâncias de uma ameaça externa directa verdadeiramente maciça e amplamente percebida".

Zbigniew Brzezinski, que foi Conselheiro de Segurança Nacional do presidente Jimmy Carter, foi um dos arquitectos chave da rede Al Qaeda, criada pela CIA para o assalto aos soviéticos na guerra afegã (1979-1989).

O "evento catastrófico e catalisador", tal como declarado pelo PNAC, é uma parte integral do planeamento militar e de inteligência americano. O general Franks, que dirigiu a campanha militar dentro do Iraque, apontou recentemente (Outubro de 2003) para o papel de um "evento produtor de baixas maciças" para reunir apoio à imposição do domínio militar na América (Ver General Tommy Franks calls for Repeal of US Constitution, November 2003, ).

Franks identifica o cenário preciso pelo qual o domínio militar será estabelecido:

"um evento terrorista, maciço, produzindo baixas [ocorrerá] em algum lugar no mundo ocidental — pode ser nos Estados Unidos da América — que leva a nossa população a questionar a nossa própria Constituição e a começar a militarizar o nosso país a fim de evitar uma repetição de outro evento que produza baixas em massa".(Ibid)

Esta declaração, de um indivíduo que estava envolvido activamente no planeamento militar e de inteligência aos mais altos níveis, sugere que a "militarização do nosso país" é um pressuposto operacional em andamento. É parte do "consenso de Washington", mais vasto. Identifica o "roteiro" da guerra e da "Defesa da Pátria" da administração Bush. Não é preciso dizer que também é uma parte integral da agenda neoliberal.

O "evento terrorista produtor de baixas maciça" é apresentando pelo general Franks como um ponto de viragem crucial. A crise resultante e o tumulto social são pretendidos a fim de facilitar uma grande mudança nas estruturas políticas, sociais e institucionais americanas.

A declaração do general Franks reflecte um consenso interno dos militares americanos acerca de como os eventos devem desdobrar-se. A "guerra ao terrorismo" destina-se a proporcionar uma justificação destinada a repudiar a Regra da Lei, com o argumento final de "preservar liberdades civis".

A entrevista de Franks sugere que um ataque terrorista patrocinado pela Al Qaeda será utilizado como um "mecanismo disparador" de um golpe de Estado militar na América. O "evento tipo Pearl Harbor" do PNAC seria utilizado como uma justificação para declarar um estado de emergência, conduzindo ao estabelecimento de um governo militar.

Em muitos aspectos, a militarização das instituições do Estado civil nos EUA já é funcional sob a fachada de uma falsa democracia.

PROPAGANDA DE GUERRA

Na sequência dos ataques de Setembro ao World Trade Center, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld criou o Office of Strategic Influence (OSI), ou "Gabinete da Desinformação" como foi etiquetado pelos seus críticos.

"O Departamento da Defesa disse que eles precisavam fazer isso, e eles estavam realmente a plantar estórias falsas em países estrangeiros — num esforço para influenciar a opinião pública mundial". (Entrevista a Steve Adubato, Fox News, 26 December 2002.)

E, de repente, o OSI foi formalmente desmantelado depois de pressões políticas e de estórias "perturbadoras" nos media em que "a sua finalidade era mentir deliberadamente para promover os interesses americanos" ( Air Force Magazine , Janeiro de 2003) "Rumsfeld voltou atrás e disse que isto é embaraçoso". (Adubato, op. cit.) Mas apesar desta aparente meia volta, a orwelliana campanha de desinformação do Pentágono continua funcionalmente intacta: "O secretário da Defesa não está a ser particularmente franco aqui. A desinformação em propaganda militar é parte da guerra" (Ibid.)

Rumsfeld confirmou posteriormente, numa entrevista à imprensa, que apesar de o OSI não mais existir como nome, as "funções pretendidas para o Gabinete estão a ser executadas". (Citado em Federation of American Scientists (FAS) Secrecy News, , a entrevista à imprensa de Rumsfeld pode ser consultada em: http://www.fas.org/sgp/news/2002/11/dod111802.html ).

Diversas agências governamentais e unidades de inteligência — com ligações ao Pentágono — continuam activamente envolvidas em várias componentes da campanha de propaganda. As realidades são postas de cabeça para baixo. Actos de guerra são apregoados como "intervenções humanitárias" montados para a "mudança de regime" e "a restauração da democracia". A ocupação militar e o assassinato de civis são apresentados como "manutenção da paz". A abolição de liberdades civis — no contexto da chamada "legislação anti-terrorista" — é retractada como um meio de proporcionar "segurança interna" e de sustentar as liberdades civis.

O PAPEL CENTRAL DA AL QAEDA NA DOUTRINA BUSH DA SEGURANÇA NACIONAL

Explicitada na National Security Strategy (NSS), a doutrina da "guerra defensiva" antecipativa e a da "guerra ao terrorismo" contra a Al Qaeda constituem os dois blocos de construção essenciais da campanha de propaganda do Pentágono.

O objectivo é apresentar a "acção militar antecipativa" — o que significa a guerra como um acto de "autodefesa" contra duas categorias de inimigos: "Estados vilões" e "terroristas islâmicos":

"A guerra contra terroristas de alcance global é um empreendimento global de duração incerta. ...A América actuará contra tais ameaças emergentes antes que elas estejam plenamente constituídas.

...Estados vilões e terroristas não procuram atacar-nos utilizando meios convencionais. Eles sabem que tais ataques falhariam. Ao invés disso, eles confiam em actos de terror e, potencialmente, na utilização de armas de destruição em massa (...)

Os alvos destes ataques são nossas forças militares e nossa população civil, em violação directa de uma das normas principais da lei da guerra. Como se demonstrou pelas perdas do 11 de Setembro de 2001, as baixas civis em massa são o objectivo específico de terroristas e estas perdas seriam exponencialmente mais severas se os terroristas adquirissem e utilizassem armas de destruição em massa.

Os Estados Unidos mantêm há muito a opção de acções antecipativas para reagir a uma ameaça suficiente à nossa segurança nacional. Quanto maior a ameaça, maior é o risco da inacção — e mais obrigatória a necessidade de adoptar acções anticipatórias para defendermos a nós mesmos, (...). Para evitar ou prevenir tais actos hostis de nossos adversários, os Estados Unidos, se necessário, actuarão antecipativamente". 12 (National Security Strategy, White House, 2002, )

Para justificar acções militares antecipativas, a Doutrina da Segurança Nacional exige a "fabricação" de uma ameaça terrorista, — isto é, "um inimigo externo". Ela também precisa ligar estas ameaças terroristas ao "patrocínio de Estados" através dos chamados "Estados vilões".

Mas isto também significa que os vários "eventos produtores de baixas em massa", alegadamente pela Al Qaeda (o inimigo fabricado), constituem parte da agenda de Segurança Nacional.

Nos meses de preparação para a invasão do Iraque, foram lançadas operações encobertas com 'truques sujos' para produzir inteligência enganosa relativa tanto a Armas de Destruição em Massa (WMD) como a Al Qaeda, a qual era então despejada dentro das cadeias de notícias.

Depois da guerra, a conversa da ameaça das WMD baixava de tom, mas a das ameaças da Al Qaeda "à Terra Natal" continuam a ser repetidas ad nauseam em declarações oficiais, comentadas nas redes de TV e coladas diariamente nos tablóides de notícias.

E de forma subjacente a estas realidades manipuladas, ocorrências terroristas de "Osama bin Laden" estão a ser mantidas como justificação para a fase seguinte desta guerra. As últimas dependem de uma forma muito directa da:

1) efectividade da campanha de propaganda Pentágono-CIA, que é despejada dentro das cadeias jornalísticas.

2) ocorrência real de "eventos produtores de baixas em massa" como esboçados no PNAC

O que isto significa é que eventos terroristas reais ("produtores de baixas em massa") constituem parte integrante do planeamento militar.

ATAQUES TERRORISTAS REAIS

Por outras palavras, para ser "efectiva" a campanha de medo e desinformação não pode confiar unicamente em "advertências" não comprovadas de ataques futuros, também exige ocorrências terroristas "reais" ou "incidentes", os quais proporcionam credibilidade aos planos de guerra de Washington. Estes eventos terroristas são utilizados para justificar a implementação de "medidas de emergência" bem como "acções militares retaliatórias". Eles são exigidos, no actual contexto, para criar a ilusão de "um inimigo externo" que está a ameaça a Pátria Americana.

A provocação de "incidentes como pretexto para a guerra" é parte dos pressupostos do Pentágono. É de facto uma parte integral da história militar americana (Ver Richard Sanders, War Pretext Incidents, How to Start a War, Global Outlook, publicado em duas parte, Números 2 e 3, 2002-2003).

Em 1962 a Junta do Estado Maior (Joint Chiefs of Staff) concebeu um plano secreto intitulado "Operation Northwoods" a fim de provocar deliberadamente baixas civis para justificar a invasão de Cuba:

"Nós podíamos explodir um navio americano na Baia de Guantanamo e culpar Cuba", "Podíamos desenvolver uma campanha de terror comunista cubano na área de Miami, em outras cidades da Florida e mesmo em Washington" "listas de baixas em jornais americanos provocariam uma onda útil de indignação nacional". (Ver o documento Top Secret de 1962, desclassificado, intitulado "Justification for U.S. Military Intervention in Cuba"16 (Ver Operation Northwoods em http://www.globalresearch.ca/articles/NOR111A.html ).

Não há evidência de que o Pentágono ou a CIA tenham desempenhado um papel directo em ataques terroristas recentes, incluindo aqueles na Indonésia (2002), Índia (2001), Turquia (2003) e Arábia Saudita (2003).

Segundo os relatos, os ataques foram empreendidos por organizações (ou células destas organizações), as quais operam de forma bastante independente, com um certo grau de autonomia. Esta independência é da própria natureza de uma operação de inteligência encoberta. O "activo de inteligência" não está em contacto directo com os seus patrocinadores encobertos. Ele não é necessariamente conhecedor do papel que desempenha no interesse dos seus patrocinadores de inteligência.

A questão fundamental é quem está por trás deles? Através de que fontes estão eles a ser financiados? Qual é a rede subjacente de ligações?

No caso do ataque bombista de 2002 em Bali, por exemplo, a alegada organização terrorista Jemaah Islamiah tinha ligações à inteligência militar da Indonésia (BIN), a qual por sua vez tem ligações à CIA e à inteligência australiana.

Os ataques terroristas de Dezembro de 2001 ao Parlamento indiano — que contribuíram para empurrar a Índia e o Paquistão para a beira da guerra — foram alegadamente efectuados por dois grupos rebeldes com base no Paquistão, o Lashkar-e-Taiba ("Exército dos Puros") and Jaish-e- Muhammad ("Exército de Maomé"), ambos os quais, segundo o Council on Foreign Relations (CFR), são apoiados pelo ISI do Paquistão. (Council on Foreign Relations at http://www.terrorismanswers.com/groups/harakat2.html , Washington 2002).

O que o CFR deixa de admitir é o relacionamento crucial entre o ISI e a CIA e o facto de que o ISI continua a apoiar Lashkar, Jaish e os militantes Jammu e Kashmir Hizbul Mujahideen (JKHM), enquanto colabora também com a CIA. (Para mais pormenores ver Michel Chossudovsky, Fabricating an Enemy, March 2003, http://www.globalresearch.ca/articles/CHO301B.html )

Um documento de trabalho classificado de 2002, redigido para orientar o Pentágono nas "comunicações para a criação de um chamado 'Grupo de Operações Proactivo e Antecipativo' (Proactive, Pre-emptive Operations Group' - P2OG) , destinado a lançar operações secretas destinadas a "estimular reacções" entre terroristas e Estados que possuam armas de destruição em massa — que é, por exemplo, levar células terroristas a entrarem e acção e expo-las a ataques de "resposta rápida" de forças americanas". (William Arkin, The Secret War, The Los Angeles Times, 27 October 2002)

A iniciativa P2OG não é nada nova. Ela no essencial estende um aparelho já existente de operações encobertas. Como já foi amplamente documentado, a CIA tem apoiado grupos terroristas desde a era da Guerra Fria. Esta "activação de células terroristas" sob a cobertura de operações de inteligência exige a infiltração e o treinamento dos grupos radicais ligados à Al Qaeda.

Nesse aspecto, o apoio encoberto do aparelho militar e de inteligência americano tem sido canalizado a várias organizações terroristas islâmicas através de uma complexa rede de intermediários e mandatários. Durante a década de 1990, agência do governo americano colaboraram com a Al Qaeda num certo número de operações encobertas, como confirmado por uma relatório de 1997 do Comité do Partido Republicano do Congresso dos EUA. (Ver US Congress, 16 January 1997, ). De facto, durante a guerra na Bósnia inspectores de armamento americanos estavam a trabalhar com operacionais da Al Qaeda, trazendo grandes quantidades de armas para o Exército Muçulmano Bósnio.

Por outras palavras, a administração Clinton estava a "abrigar terroristas". Além disso, declarações oficiais e relatos de inteligência confirmam ligações entre unidades militares de inteligência dos EUA e operacionais da Al Qaeda, como ocorreu na Bósnia (meados da década de 1990), no Kosovo (1998-99) e na Macedonia (2001). (Ver Michel Chossudovsky, War and Globalisation, The Truth behind September 11, Global Outlook, 2003, Chapter 3, http://globalresearch.ca/globaloutlook/truth911.html )

A administração Bush e a NATO tinham ligações à Al Qaeda na Macedonia. E isto aconteceu apenas uns poucos meses antes do 11 de Setembro de 2001. Conselheiros militares seniors dos EUA, fornecidos por uma firma de mercenários privados contratada pelo Pentágono, estavam a combater lado a lado com os Mujahideen nos ataques terroristas às forças de segurança da Macedonia. Isto está documentado pela imprensa macedonia e por declarações feitas pelas autoridades macedonias. (Ver Michel Chossudovsky, op cit). O governo americano e a Rede Militante Islâmica estavam a trabalhar como uma mão dentro da luva no apoio e financiamento do National Liberation Army (NLA), o qual estava envolvido nos ataques terroristas à Macedonia.

Por outras palavras, os militares americanos estavam a colaborar directamente a Al Qaeda apenas uns poucos meses antes do 11 de Setembro.

A AL QAEDA E A INTELIGÊNCIA MILITAR DO PAQUISTÃO (ISI)

É na verdade revelador que em virtualmente todas as ocorrências terroristas pós 11 de Setembro a organização terrorista seja relatada (pelos media e em declarações oficiais) como tendo "ligações à Al Qaeda de Osama bin Laden". Isto é por si mesmo uma peça crucial de informação. Naturalmente, o facto de que a Al Qaeda é uma criação da CIA não é sequer mencionado nos relatos da imprensa nem considerado relevante para a compreensão destas ocorrências terroristas.

As ligações destas organizações terroristas (particularmente aquelas da Ásia) à inteligência militar do Paquistão (ISI) é admitida nuns poucos casos por fontes oficiais e notícias da imprensa. Confirmadas pelo Council on Foreign Relations (CFR), afirma-se que alguns destes grupos têm ligações ao ISI do Paquistão, sem identificar a natureza destas ligações. É desnecessário dizer que esta informação é crucial para a identificação dos patrocinadores destes ataques terroristas. Ou seja, é afirmado que o ISI apoia estas organizações terroristas, e ao mesmo tempo mantem ligações estreitas com a CIA.

A evidência de fontes oficiais confirma que a Al Qaeda é apoiada pela inteligência militar do Paquistão, o Inter-services Intelligence (ISI). O ISI tem apoiado muitas organizações terroristas. Como amplamente documentado, o ISI é apoiado pela CIA e há ligações estreitas entre as duas agências. Os terroristas do 11 de Setembro não actuaram por sua própria vontade. Além disso, documentos oficiais incluindo transcrições do Congresso confirmam que a Al Qaeda é de facto uma criação da CIA, ou seja um "activo de inteligência"

O 11 DE SETEMBRO

Enquanto Colin Powell — sem provas de apoio — apontou no seu discurso na ONU em Fevereiro de 2003 para "o nexo sinistro entre o Iraque e a rede terrorista Al Qaeda", documentos oficiais, imprensa e relatos de inteligência confirmam que sucessivas administrações americanas apoiaram e acumpliciaram-se com a rede militante islâmica. Este relacionamento é um facto estabelecido, corroborado por numerosos estudos, reconhecido pelos principais think tanks de Washington.

Tanto Colin Powell como o seu vice Richard Armitage, que nos meses em que prepararam o caminho para a guerra despreocupadamente acusaram Bagdad e outros governos estrangeiros de "abrigar" a Al Qaeda, desempenharam um papel directo, em diferentes momentos das sua carreiras, no apoio a organizações terroristas.

Ambos os homens estiveram implicados — a operarem nos bastidores — no escândalo Irangate Contra durante a administração Reagan, a qual envolveu a venda ilegal de armas ao Irão para financiar os paramilitares Contra na Nicarágua e os Mujahideen afegãos. (Para mais pormenores, ver Michel Chossudovsky, Expose the Links between Al Qaeda and the Bush Administration, )

Além disso, tanto Richard Armitage como Colin Powell desempenharam um papel no encobrimento do 11 de Setembro. As investigações e pesquisas conduzidas nos últimos dois anos, incluindo documentos oficiais, testemunhos e relatos de inteligência, indicam que o 11 de Setembro foi uma operação de inteligência cuidadosamente planeada, ao invés de um acto conduzido por uma organização terrorista. (Para mais pormenores, ver Centre for Research on Globalization, 24 Key articles , September 2003)

O FBI confirmou, num relato tornado público tardiamente o papel da Inteligência Militar do Paquistão em Setembro de 2001. De acordo com o relato, o alegado líder elo (ring leader) do 11 de Setembro, Mohammed Atta, foi financiado a partir de fontes do Paquistão. Um relatório de inteligência posterior confirmou que o então chefe do ISI, general Mahmoud Ahmad, havia transferido dinheiro para Mohammed Atta. (Ver Michel Chossudovsky, War and Globalization, op.cit.)

Além disso, relatos da imprensa e declarações oficiais confirmam que o chefe do ISI estava numa visita oficial aos EUA entre os dias 4 e 13 de Setembro de 2001. Por outras palavras, o mesmo indivíduo que alegadamente transferiu dinheiro para os terroristas tinha um estreito relacionamento pessoal com um certo número de responsáveis superior da administração Bush, incluindo Colin Powell, o director da CIA George Tenet e o vice-secretário Richard Armitage, com quem ele se encontrou no decorrer da sua visita a Washington. (Ibid)

O MOVIMENTO ANTI-GUERRA

Um movimento anti-guerra coeso não pode ser baseado unicamente na mobilização do sentimento anti-guerra. Ele deve finalmente remover os criminosos de guerra e questionar o seu direito a governar.

Uma condição necessária para deitar abaixo os governantes é enfraquecer e finalmente desmantelar a sua campanha de propaganda.

O impulso dos grandes comícios anti-guerra, nos EUA, na União Europeia e por todo o mundo, deveria lançar as fundações de uma rede permanente composta por dezenas de milhares de pessoas dos comités anti-guerra de nível local em bairros, lugares de trabalho, paróquias, escolas, universidades, etc. É finalmente através desta rede que a legimidade daquelas que "governam em nosso nome" será desafiada.

Para desviar os planos de guerra da administração Bush e neutralizar a sua máquina de propaganda devemos estender a mão aos nossos companheiros cidadãos de toda a terra, nos EUA, na Europa e por todo o mundo, aos milhões de pessoas comuns que foram enganadas acerca das causas e consequências desta guerra.

Isto também implica o pleno descobrimento das mentiras por trás da "guerra ao terrorismo" e a revelação da cumplicidade política da administração Bush nos eventos do 11 de Setembro.

O 11 de Setembro é uma burla. É a maior mentira da história americana.

Não vale a pena dizer que a utilização de "eventos produtores de baixas em massa" como pretexto para travar a guerra é um acto criminoso. Nas palavras de Andreas van Buelow, antigo ministro alemão da Tecnologia e autor de The CIA and September 11 :

"Se aquilo que digo é certo, todo o governo americano deveria acabar atrás das grades".

Mesmo assim não é suficiente remover George W. Bush ou Tony Blair, que são meros bonecos. Devemos também cuidar do papel dos bancos, corporações e instituições financeiras globais, as quais de forma inapagável postam-se por trás dos actores militares e políticos.

Progressivamente, o establishment da inteligência militar (ao contrário daquele do Departamento de Estado, da Casa Branca e do Congresso americano) está a dar as ordens na política externa americana. Enquanto isso, os gigantes do petróleo do Texas, os empreiteiros da defesa, Wall Street e os poderosos media gigantes, a operarem discretamente nos bastidores, estão a puxar as cordas. Se alguns políticos se tornarem fonte de grande embaraço, eles próprios podem ser desacreditados pelos media, postos de lado, e uma nova equipe de fantoches políticos pode ser trazida para o gabinete.

CRIMINALIZAÇÃO DO ESTADO

A "Criminalização do Estado" ocorre quando criminosos de guerra ocupam legitimamente posições de autoridade, as quais capacitam-nos a decidir "quem são os criminosos", quando de facto são eles os criminosos.

Nos EUA, tanto os republicanos como os democratas partilham a mesma agenda de guerra e há criminosos de guerra em ambos os partidos. Ambos os partidos são cúmplices no encobrimento do 11 de Setembro e na resultante busca da dominação mundial. Toda a evidência aponta para aquilo que é melhor descrito como "a criminalização do Estado", o que inclui o Judiciário e os corredores bipartidários do Congresso americano.

Sob a agenda de guerra, foi dada autoridade a responsáveis de alto escalão da administração Bush, a membros das forças armadas, ao Congresso americano e ao Judiciário não só para cometer actos criminosos como também para designar aqueles no movimento anti-guerra que se opõem a estes actos criminosos como "inimigos do Estado".

Mais genericamente, o aparelho militar e de segurança americano endossa e apoia os interesses económicos e financeiros dominantes — isto é, o fortalecimento, bem como o exercício, das forças armadas pode impingir o "livre comércio". O Pentágono é um braço da Wall Street, a NATO coordena as suas operações militares com o Banco Mundial e a política de intervenções do FMI, e vice versa. Sistematicamente, os corpos de segurança e defesa da aliança militar ocidental, junto com as várias burocracias civis governamentais e intergovernamentais (e.g. FMI, Banco Mundial, OMC) partilham um entendimento comum, um consenso ideológico e o compromisso para a Nova Ordem Mundial.

Para reverter a maré da guerra, as bases militares devem ser encerradas, a máquina de guerra (nomeadamente a produção de sistemas de armas avançados como as WMDs) deve ser travada e o explosivo Estado policial deve ser desmantelado. Mais genericamente, devemos reverter as reformas do "mercado livre", desmantelar as instituições do capitalismo global e desarmar os mercados financeiros.

A luta deve ter uma base ampla e democrática abrangendo todos os sectores da sociedade a todos os níveis, em todos os países, unindo num grande ímpeto trabalhadores, agricultores, produtores independentes, pequenos comerciantes, profissionais, artistas, funcionários públicos, membros do clero, estudantes e intelectuais.

Os movimentos anti-guerra e anti-globalização devem ser integrados num único movimento à escala mundial. As pessoas devem ser unidas entre os diferentes sectores, grupos de "questão única" devem juntar as mãos num entendimento comum e colectivo sobre como a Nova Ordem Mundial destroi e empobrece.

A globalização desta luta é fundamental, exigindo um grau de solidariedade e internacionalismo sem precedentes na história humana. Este sistema económico global alimenta-se da divisão social entre e dentro de países. A unidade de objectivo e a coordenação à escala mundial entre os diversos grupos e movimentos sociais é crucial. É preciso um grande impulso que reuna movimentos sociais em todas as grandes regiões do mundo numa busca comum e no compromisso para a eliminação da pobreza e por uma paz mundial duradoura.

Michel Chossudovsky

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